terça-feira, 27 de outubro de 2009

Mistérios de Mato Grosso – Enigmas do Roncador

Por: Ataide Ferreira da Silva Neto


A tradição de se relatar ocorrências enigmáticas e/ou misteriosas por diferentes regiões brasileiras acaba sempre por direcionar e forçar especial atenção ao interior mato-grossense, mais especificamente Chapada dos Guimarães (67 km da capital) e Barra do Garças  (à 516 km). Intrigantes e inusitadas narrativas envolvem a região, estimulando a curiosidade de todos os tipos de pesquisadores: arqueólogos atraídos pelas supostas pistas de civilizações perdidas, ufólogos em busca dos abundantes relatos, fotos e filmagens de objetos voadores não identificados, e aventureiros em geral que rastreiam os mistérios ainda ocultos por aquelas enigmáticas regiões. Cidades misteriosas, objetos e até mesmo seres perdidos nas florestas, luzes não identificadas que sobrevoam a mata e antigos tesouros fabulosos são componentes de lendas que aguçaram e continuam a estimular a imaginação e a cultura dos habitantes de todo local.


Não apenas Chapada dos Guimarães, mas principalmente Barra do Garças, também apresenta como tradição e rotina, em todas as épocas do ano, inúmeras referencias de Objetos Voadores Não Identificados, relatos de supostas civilizações intraterrestres, passagens subterrâneas que ligariam o Brasil a Machu Picchu, no Peru. Lá se relatam muito em Templo de Ibez, Agartha, o caminho de Ló, Shamballah, Portal de Aquárius, etc. Muitas vezes as histórias vêm acompanhadas de descrições de vulcões extintos, fosseis de dinossauros e sinais luminosos multicoloridos em cavernas da região – mais especificamente na Serra do Roncador.


A enigmática Serra do Roncador é situada no paralelo 15º Sul, a leste de Mato Grosso, ela é o divisor natural das águas entre os rios Araguaia e Xingu. Roncador é com certeza uma das áreas mais encantadoras do Brasil central, com grandes belezas naturais ainda pouco explorados pelo homem. Buscadores com objetivos diversos adentram em suas matas para, muitas vezes, nunca mais regressarem - sem deixar vestígio, apenas histórias, lendas e mitos.


Como conseqüência, criou-se ao longo dos séculos, relatos de civilizações ocultas pela região, lendas sobre o destino dos desaparecidos aventureiros e supostos portais dimensionais que levariam a outras civilizações e, que não raro, vem, por vezes, acompanhado por um véu de íntima relação aos mistérios do fenômeno UFO que lá se apresentam em abundância, e justamente por isso, sempre acaba por criar demasiados relatos impressionantes. Crenças que convivem harmoniosamente no imaginário popular e na curiosidade dos pesquisadores, em meio aos cenários de vegetação do cerrado, cachoeiras e trilhas íngremes. As estranhas narrativas estimulam interesse e respeito de todo o Brasil e do mundo, que se deslocam até Barra do Garças com o intuito de descobrirem algum fato plausível no meio de tantas histórias fantásticas. E encontram!


Barra é também um refúgio para quem procura dias quentes e ensolarados entre os meses de maio a outubro, justamente quando as regiões Sul e Sudeste estão em meio à nebulosidade e intimadas pelo frio. Essa é uma época em que o volume de água do Rio Araguaia baixa com a seca, principalmente de junho a agosto, deixando à mostra uma grande extensão de areia e desvendando lindas praias fluviais. O local passa a ser um verdadeiro ponto de encontro para turistas, que aproveitam para curtir dias de Sol e as festivas noites a beira das águas sem ondas.
  
Maços Verticais - A Serra recebeu o nome de Roncador devido ao fato de que, em determinados momentos, na calada da noite ou do dia, emana de suas entranhas um som típico e semelhante a um ronco forte, que ecoa pelo cerrado provocando arrepios e medo nos visitantes. Tal ronco ocorre em virtude do encontro dos fortes ventos da região com imensos paredões maciços verticais. Ainda assim, não é raro encontrar pessoas que argumentam e garantem que o sinistro som teria origem em manobras de UFOs voando pela região.


jk                                                  (Autor da Materia na Serra do roncador)




O clima de mistério do local já foi descrito nos registros da famosa expedição do explorador inglês Percy Harrison Fawcett, um coronel da Real Artilharia Britânica que foi para Barra do Garças em meados de 1919, numa incansável procura por aquilo que ele estava convicto existir na região: vestígios de uma civilização intraterrestre perdida. Seu objetivo era estabelecer contato com tal civilização, que seria composta por supostos descendentes dos Atlantes.


Há registro manuscrito da referida expedição, em datada época, hoje pertencentes a coleção de documentos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O certo é que Fawcett deslocou-se para o Brasil, embrenhou-se nas matas da Bahia e, seguindo pistas e vestígios, tentou desbravar Mato Grosso – onde suas descobertas o levaram até a Serra do Roncador.


O explorador inglês acabou sumindo misteriosamente em 1925 e dele nada mais se soube. Fawcett era mundialmente admirado por ter levado uma vida inteira dedicada as mais delirantes aventuras na Ásia e América do Sul. Após o seu desaparecimento, tornou-se conhecido e retratado em algumas das mais notórias lendas mundiais, que inspiraram escritores como Arthur Conan Doyle (O mundo Perdido) e H. Rider Haggard (As minas do Rei Salomão). Fawcett serviu de exemplo também pra Steven Spielberg para criar o personagem Indiana Jones.


Mas as aventuras do coronel inglês não serviram apenas como inspiração para escritores e cineastas. Elas motivaram também dezenas de outros expedicionários nas décadas seguintes, curiosos igualmente tentando desvendar, inutilmente, os mistérios do Roncador. Algumas deles eram movidos por puro espírito de aventura, outras objetivavam conquistar o prêmio que o jornal inglês The Times até hoje oferece a quem prestar informações detalhadas e confiáveis sobre o que realmente aconteceu com o explorador inglês. O que se sabe é que muitas outras expedições ocorreram, mas nenhuma delas obteve sucesso na busca da tal cidade perdida. O curioso é que, embora existam dúvidas da existência da tal civilização subterrânea, já se conhece até a sua denominação: Maanoa ou Manoa.


Manoa custou a vida de inúmeros exploradores, que morreram por picada de serpentes ou pelas mãos de índios não aculturados, capazes de torturar lenta e dolorosamente aqueles que ousam penetrar em suas terras sagradas, interdita aos homens brancos. Não foram poucos os que morreram nessa empreitada e muita gente nunca mais voltou para casa.


Cidade Perdida - Uma curiosa narrativa, catalogado sob o n.º 512, que pode ser averiguado nos documentos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, consta-se uma carta enviada por bandeirantes ao Vice-Rei, no ano de 1754, descrevendo minuciosamente a descoberta, no ano anterior, de uma cidade em ruínas na região. O documento explana detalhes sobre sinais indecifráveis na rocha, uma grande estátua de pedra negra, enormes arcos construídos, edifício de pedras intactos e desmoronados e até sinais de possíveis riquezas para mineração, tudo isso fortemente guardado por perigosos índios de pele clara, que não aceitavam contatos com estrangeiros. Essas características foram alguns dos estímulos que atraíram a atenção do coronel Fawcett na busca da cidade perdida. Além disso, ele possuía uma estatueta, ou seja, um ídolo de pedra coberto de inscrições, que acreditava ser oriunda de Manoa. Ao examinar o documento dos bandeirantes, Fawcett surpreendeu-se ao encontrar, entre os símbolos desenhados, alguns idênticos a sua estatueta. Após tal “prova”, o coronel não teve mais dúvidas e partiu rumo a algum inóspito ponto de Mato Grosso, adentrando pela Serra do Roncador, para nunca mais voltar.





Lenda ou não, ainda hoje os mistérios do lugar são guardados fortemente a sete chaves pelos índios Xavantes que vivem pela região e que lá possuem vários lugares sagrados, que não podem ser visitados pelo homem branco sem que estejam em sua presença. Dentre esses locais há uma caverna em que esses índios só entram até a primeira galeria, e não se arriscam avançar mais do que isso, pois temem o que pode haver no subterrâneo. Segundo eles, nas profundezas do local viveriam seres estranhos, e quem se arriscasse a entrar lá não retorna mais. Na verbalização dos índios, fala-se sobre outro lugar sagrado, a “Lagoa Encantada”, uma lagoa com total ausência de vida sob as águas. Alguns índios nadam na lagoa, mas não se comprometem aventurar mergulhar muito fundo, pois tem medo de serem sugados por alguma força invisível e não mais voltarem. Segundo os anciões da aldeia da região, a lagoa seria “a entrada das moradas dos deuses, onde luzes mergulham e depois saem da água em direção às estrelas”.


Em Barra do Garças, cidade considerada porta de entrada para a Serra do Roncador, é comum ouvir dos índios relatos de contatos com criaturas não-humanas ou supostamente extraterrestres, que denominam “seres das estrelas”. Roncador se inicia nos limites do Parque Estadual da Serra Azul, uma área de 11 milhões de hectares destinada a preservação do cerrado. Lá se fala muito de outra comunidade indígena desconhecida, que guardariam ferozmente os mistérios da cadeia de montanhas – os chamados “índios morcegos”. Sobre eles há um interessante trecho de uma antiga carta escrita pelo explorador e naturalista Carli Huni:  “A entrada da caverna é guardado pelos índios Morcegos, que são de pele escura e de pequeno porte, mas de grande força física. Seu sentido de olfato é mais desenvolvido do que o dos melhores cães de caça. Mesmo que eles aprovem e me deixem entrar nas cavernas, receio que estará perdido para o mundo presente, porque guardam o segredo muito cuidadosamente e não podem permitir que aqueles que entram possam sair”.


Civilização Subterrânea – Huni descreveu que os índios morcegos viviam em cavernas e sairiam apenas à noite para a floresta vizinha, mas sem manter contato com os chamados “moradores de baixo”. Para eles, segundo relatou o explorador, esses moradores habitavam uma cidade subterrânea, na qual formariam uma comunidade auto-suficiente e com uma considerável população. De onde Carl Huni, que gozava de grande reputação perante a comunidade científica e acadêmica de sua época, tirou essas informações?


Toda a vasta extensão do município de Barra do Garças, na divisa de Mato Grosso com o estado de Goiás, era dominado pelos índios bororos, não diferentes dos xavantes em se tratando de relatos de fatos estranhos e ufológicos. A cidade é banhada pelos rios Araguaia e da Garças – o último encontra-se com o primeiro no perímetro urbano, daí o nome de Barra do Garças. Os xavantes e bororos têm em sua rica mitologia lendas relacionadas a seres semelhantes aos humanos, mas com seis dedos nas mãos, que teriam vivido na região. Algumas dessas lendas falam ainda que tais seres viveriam juntamente com outras estranhas criaturas parecidas com gente, só que de três a quatro dedos. O interessante é que bem posteriormente aos relatos desta centenária lenda (se não milenar), foi encontrado e há na vista de todos os que queiram lá verificar, cavernas da região, especialmente entre a Serra Azul e a Serra do Roncador, nas quais pode-se encontrar marcas de pegadas petrificadas de pés de seis dedos, quatro e três dedos – mas nenhum registro de pés de cinco dedos. Uma dessas cavernas é conhecida, justamente por isso, como Caverna ou Gruta dos Pezinhos.   
   
Discoporto na Serra – O Parque Estadual da Serra Azul, quase que ao lado da Serra do Roncador, possui inúmeras trilhas, 14 cachoeiras, diversos sítios arqueológicos e palenteológicos e um mirante com a estátua do Cristo Redentor, num ponto privilegiado de onde é possível apreciar as três cidades vizinhas – Barra, Aragarças e Pontal do Araguaia. No mesmo parque está uma obra curiosa, um aeroporto para disco voadores, o famoso Discoporto de Barra do Garças, onde as pessoas podem tirar fotos em painéis, como se estivessem em naves espaciais. A obra é projeto de um ex-prefeito do município, Valdon Varjão, e para ela foram reservados cinco hectares que funcionam como um atrativo turístico. “Eu queria colocar Barra na mídia, pois a cidade tinha pouca divulgação e exploração turística. Como esta região sempre teve histórias de UFOs e um misticismo muito forte, aproveitei a idéia”, explicou Varjão. 


Mas enquanto nenhum veículo extraterrestre chega à cidade, uma nave em forma de disco voador, feita com chapas de aço, é a diversão das crianças, que podem entrar no aparelho e tirar fotos. O local é muito visitado por turistas de todo o país, atraídos pelo fascínio que os casos ufológicos da região – esses sim reais – causam. Varjão já foi rotulado de “louco”, “lunático”, “visionário” e até coisas mais pesadas, mas graças a excentricidade de sua idéia o ex-prefeito acabou por colocar a cidade no mapa. Convidado a participar de inúmeros programas de tevê, chamou a atenção da imprensa de todo o país e do exterior ao mostrar a rica casuística que envolve toda a região.

(                                                                       ( Discoporto)


                                                                        ( Discoporto)

  (Autor da materia no Discoporto em Barra do Garças)



Barra do Garças ficou internacionalmente conhecida pela original idéia de abrigar um aeroporto para disco voadores, que tempos depois seria imitado por outros prefeitos e outros países. Embora ressentido com as gozações que enfrentou, razão pela qual passou a ser mais cauteloso em relação ao polêmico projeto; Varjão alcançou seu objetivo. “A idéia não era exatamente atrair disco voadores para Barra do Garças, mas sim turistas, e assim usar o potencial que a cidade tem nessa área”, ressaltou o ex-prefeito, num de seus desabafos.


Fato ou imaginação, são poucos os moradores que não tem uma boa história para contar sobre luzes que brilham e se movimentam em meio à escuridão dos céus da cidade e seus morros. Além de aparições fantasmagóricas e experiências fora do corpo quando estão próximo a Serra do Roncador, o que suscita a potencialidade não somente ufológica do local, mas também na área da paranormalidade.


Coincidência – É importante ressaltar que, tempos atrás, fatos inusitados aconteceram entre dois pontos de maior incidência ufológica de Mato Grosso, firmando ainda mais a alegação de que UFOs freqüentam o Estado. Um deu-se entre a Chapada dos Guimarães e a Serra do Roncador, justamente na já referida Serra Azul, numa área localizada no município de Nova Brasilândia, a 260 km de Cuiabá. Em 1º de junho de 1997, uma bola de fogo veio do espaço e espatifou-se no solo, emitindo um enorme estrondo que foi ouvido a mais de 150 km.


Sua iluminação era tamanha que a noite virou dia por pelo menos um minuto. Incrivelmente, a partir daquele dia, a cidade passou a atrair uma repentina fama, tendo a imprensa invadido o município em busca de maiores informações sobre o fato. Infelizmente, as intensas buscas realizadas pela equipe de investigadores de campo da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP) e integrantes de vários veículos de comunicação, tanto por ar como por terra, resultaram infrutíferas. O que restou foi mais um mistério para um longo rosário de enigmas que Mato Grosso já acumula.


Autor:
Ataíde Ferreira da Silva Neto, psicólogo, estudioso da Parapsicologia, presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP), consultor empresarial (RH), consultor da Revista UFO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Mistérios de Mato Grosso – Enigmas do Roncador

Por: Ataide Ferreira da Silva Neto


A tradição de se relatar ocorrências enigmáticas e/ou misteriosas por diferentes regiões brasileiras acaba sempre por direcionar e forçar especial atenção ao interior mato-grossense, mais especificamente Chapada dos Guimarães (67 km da capital) e Barra do Garças  (à 516 km). Intrigantes e inusitadas narrativas envolvem a região, estimulando a curiosidade de todos os tipos de pesquisadores: arqueólogos atraídos pelas supostas pistas de civilizações perdidas, ufólogos em busca dos abundantes relatos, fotos e filmagens de objetos voadores não identificados, e aventureiros em geral que rastreiam os mistérios ainda ocultos por aquelas enigmáticas regiões. Cidades misteriosas, objetos e até mesmo seres perdidos nas florestas, luzes não identificadas que sobrevoam a mata e antigos tesouros fabulosos são componentes de lendas que aguçaram e continuam a estimular a imaginação e a cultura dos habitantes de todo local.


Não apenas Chapada dos Guimarães, mas principalmente Barra do Garças, também apresenta como tradição e rotina, em todas as épocas do ano, inúmeras referencias de Objetos Voadores Não Identificados, relatos de supostas civilizações intraterrestres, passagens subterrâneas que ligariam o Brasil a Machu Picchu, no Peru. Lá se relatam muito em Templo de Ibez, Agartha, o caminho de Ló, Shamballah, Portal de Aquárius, etc. Muitas vezes as histórias vêm acompanhadas de descrições de vulcões extintos, fosseis de dinossauros e sinais luminosos multicoloridos em cavernas da região – mais especificamente na Serra do Roncador.


A enigmática Serra do Roncador é situada no paralelo 15º Sul, a leste de Mato Grosso, ela é o divisor natural das águas entre os rios Araguaia e Xingu. Roncador é com certeza uma das áreas mais encantadoras do Brasil central, com grandes belezas naturais ainda pouco explorados pelo homem. Buscadores com objetivos diversos adentram em suas matas para, muitas vezes, nunca mais regressarem - sem deixar vestígio, apenas histórias, lendas e mitos.


Como conseqüência, criou-se ao longo dos séculos, relatos de civilizações ocultas pela região, lendas sobre o destino dos desaparecidos aventureiros e supostos portais dimensionais que levariam a outras civilizações e, que não raro, vem, por vezes, acompanhado por um véu de íntima relação aos mistérios do fenômeno UFO que lá se apresentam em abundância, e justamente por isso, sempre acaba por criar demasiados relatos impressionantes. Crenças que convivem harmoniosamente no imaginário popular e na curiosidade dos pesquisadores, em meio aos cenários de vegetação do cerrado, cachoeiras e trilhas íngremes. As estranhas narrativas estimulam interesse e respeito de todo o Brasil e do mundo, que se deslocam até Barra do Garças com o intuito de descobrirem algum fato plausível no meio de tantas histórias fantásticas. E encontram!


Barra é também um refúgio para quem procura dias quentes e ensolarados entre os meses de maio a outubro, justamente quando as regiões Sul e Sudeste estão em meio à nebulosidade e intimadas pelo frio. Essa é uma época em que o volume de água do Rio Araguaia baixa com a seca, principalmente de junho a agosto, deixando à mostra uma grande extensão de areia e desvendando lindas praias fluviais. O local passa a ser um verdadeiro ponto de encontro para turistas, que aproveitam para curtir dias de Sol e as festivas noites a beira das águas sem ondas.
  
Maços Verticais - A Serra recebeu o nome de Roncador devido ao fato de que, em determinados momentos, na calada da noite ou do dia, emana de suas entranhas um som típico e semelhante a um ronco forte, que ecoa pelo cerrado provocando arrepios e medo nos visitantes. Tal ronco ocorre em virtude do encontro dos fortes ventos da região com imensos paredões maciços verticais. Ainda assim, não é raro encontrar pessoas que argumentam e garantem que o sinistro som teria origem em manobras de UFOs voando pela região.


jk                                                  (Autor da Materia na Serra do roncador)




O clima de mistério do local já foi descrito nos registros da famosa expedição do explorador inglês Percy Harrison Fawcett, um coronel da Real Artilharia Britânica que foi para Barra do Garças em meados de 1919, numa incansável procura por aquilo que ele estava convicto existir na região: vestígios de uma civilização intraterrestre perdida. Seu objetivo era estabelecer contato com tal civilização, que seria composta por supostos descendentes dos Atlantes.


Há registro manuscrito da referida expedição, em datada época, hoje pertencentes a coleção de documentos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O certo é que Fawcett deslocou-se para o Brasil, embrenhou-se nas matas da Bahia e, seguindo pistas e vestígios, tentou desbravar Mato Grosso – onde suas descobertas o levaram até a Serra do Roncador.


O explorador inglês acabou sumindo misteriosamente em 1925 e dele nada mais se soube. Fawcett era mundialmente admirado por ter levado uma vida inteira dedicada as mais delirantes aventuras na Ásia e América do Sul. Após o seu desaparecimento, tornou-se conhecido e retratado em algumas das mais notórias lendas mundiais, que inspiraram escritores como Arthur Conan Doyle (O mundo Perdido) e H. Rider Haggard (As minas do Rei Salomão). Fawcett serviu de exemplo também pra Steven Spielberg para criar o personagem Indiana Jones.


Mas as aventuras do coronel inglês não serviram apenas como inspiração para escritores e cineastas. Elas motivaram também dezenas de outros expedicionários nas décadas seguintes, curiosos igualmente tentando desvendar, inutilmente, os mistérios do Roncador. Algumas deles eram movidos por puro espírito de aventura, outras objetivavam conquistar o prêmio que o jornal inglês The Times até hoje oferece a quem prestar informações detalhadas e confiáveis sobre o que realmente aconteceu com o explorador inglês. O que se sabe é que muitas outras expedições ocorreram, mas nenhuma delas obteve sucesso na busca da tal cidade perdida. O curioso é que, embora existam dúvidas da existência da tal civilização subterrânea, já se conhece até a sua denominação: Maanoa ou Manoa.


Manoa custou a vida de inúmeros exploradores, que morreram por picada de serpentes ou pelas mãos de índios não aculturados, capazes de torturar lenta e dolorosamente aqueles que ousam penetrar em suas terras sagradas, interdita aos homens brancos. Não foram poucos os que morreram nessa empreitada e muita gente nunca mais voltou para casa.


Cidade Perdida - Uma curiosa narrativa, catalogado sob o n.º 512, que pode ser averiguado nos documentos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, consta-se uma carta enviada por bandeirantes ao Vice-Rei, no ano de 1754, descrevendo minuciosamente a descoberta, no ano anterior, de uma cidade em ruínas na região. O documento explana detalhes sobre sinais indecifráveis na rocha, uma grande estátua de pedra negra, enormes arcos construídos, edifício de pedras intactos e desmoronados e até sinais de possíveis riquezas para mineração, tudo isso fortemente guardado por perigosos índios de pele clara, que não aceitavam contatos com estrangeiros. Essas características foram alguns dos estímulos que atraíram a atenção do coronel Fawcett na busca da cidade perdida. Além disso, ele possuía uma estatueta, ou seja, um ídolo de pedra coberto de inscrições, que acreditava ser oriunda de Manoa. Ao examinar o documento dos bandeirantes, Fawcett surpreendeu-se ao encontrar, entre os símbolos desenhados, alguns idênticos a sua estatueta. Após tal “prova”, o coronel não teve mais dúvidas e partiu rumo a algum inóspito ponto de Mato Grosso, adentrando pela Serra do Roncador, para nunca mais voltar.





Lenda ou não, ainda hoje os mistérios do lugar são guardados fortemente a sete chaves pelos índios Xavantes que vivem pela região e que lá possuem vários lugares sagrados, que não podem ser visitados pelo homem branco sem que estejam em sua presença. Dentre esses locais há uma caverna em que esses índios só entram até a primeira galeria, e não se arriscam avançar mais do que isso, pois temem o que pode haver no subterrâneo. Segundo eles, nas profundezas do local viveriam seres estranhos, e quem se arriscasse a entrar lá não retorna mais. Na verbalização dos índios, fala-se sobre outro lugar sagrado, a “Lagoa Encantada”, uma lagoa com total ausência de vida sob as águas. Alguns índios nadam na lagoa, mas não se comprometem aventurar mergulhar muito fundo, pois tem medo de serem sugados por alguma força invisível e não mais voltarem. Segundo os anciões da aldeia da região, a lagoa seria “a entrada das moradas dos deuses, onde luzes mergulham e depois saem da água em direção às estrelas”.


Em Barra do Garças, cidade considerada porta de entrada para a Serra do Roncador, é comum ouvir dos índios relatos de contatos com criaturas não-humanas ou supostamente extraterrestres, que denominam “seres das estrelas”. Roncador se inicia nos limites do Parque Estadual da Serra Azul, uma área de 11 milhões de hectares destinada a preservação do cerrado. Lá se fala muito de outra comunidade indígena desconhecida, que guardariam ferozmente os mistérios da cadeia de montanhas – os chamados “índios morcegos”. Sobre eles há um interessante trecho de uma antiga carta escrita pelo explorador e naturalista Carli Huni:  “A entrada da caverna é guardado pelos índios Morcegos, que são de pele escura e de pequeno porte, mas de grande força física. Seu sentido de olfato é mais desenvolvido do que o dos melhores cães de caça. Mesmo que eles aprovem e me deixem entrar nas cavernas, receio que estará perdido para o mundo presente, porque guardam o segredo muito cuidadosamente e não podem permitir que aqueles que entram possam sair”.


Civilização Subterrânea – Huni descreveu que os índios morcegos viviam em cavernas e sairiam apenas à noite para a floresta vizinha, mas sem manter contato com os chamados “moradores de baixo”. Para eles, segundo relatou o explorador, esses moradores habitavam uma cidade subterrânea, na qual formariam uma comunidade auto-suficiente e com uma considerável população. De onde Carl Huni, que gozava de grande reputação perante a comunidade científica e acadêmica de sua época, tirou essas informações?


Toda a vasta extensão do município de Barra do Garças, na divisa de Mato Grosso com o estado de Goiás, era dominado pelos índios bororos, não diferentes dos xavantes em se tratando de relatos de fatos estranhos e ufológicos. A cidade é banhada pelos rios Araguaia e da Garças – o último encontra-se com o primeiro no perímetro urbano, daí o nome de Barra do Garças. Os xavantes e bororos têm em sua rica mitologia lendas relacionadas a seres semelhantes aos humanos, mas com seis dedos nas mãos, que teriam vivido na região. Algumas dessas lendas falam ainda que tais seres viveriam juntamente com outras estranhas criaturas parecidas com gente, só que de três a quatro dedos. O interessante é que bem posteriormente aos relatos desta centenária lenda (se não milenar), foi encontrado e há na vista de todos os que queiram lá verificar, cavernas da região, especialmente entre a Serra Azul e a Serra do Roncador, nas quais pode-se encontrar marcas de pegadas petrificadas de pés de seis dedos, quatro e três dedos – mas nenhum registro de pés de cinco dedos. Uma dessas cavernas é conhecida, justamente por isso, como Caverna ou Gruta dos Pezinhos.   
   
Discoporto na Serra – O Parque Estadual da Serra Azul, quase que ao lado da Serra do Roncador, possui inúmeras trilhas, 14 cachoeiras, diversos sítios arqueológicos e palenteológicos e um mirante com a estátua do Cristo Redentor, num ponto privilegiado de onde é possível apreciar as três cidades vizinhas – Barra, Aragarças e Pontal do Araguaia. No mesmo parque está uma obra curiosa, um aeroporto para disco voadores, o famoso Discoporto de Barra do Garças, onde as pessoas podem tirar fotos em painéis, como se estivessem em naves espaciais. A obra é projeto de um ex-prefeito do município, Valdon Varjão, e para ela foram reservados cinco hectares que funcionam como um atrativo turístico. “Eu queria colocar Barra na mídia, pois a cidade tinha pouca divulgação e exploração turística. Como esta região sempre teve histórias de UFOs e um misticismo muito forte, aproveitei a idéia”, explicou Varjão. 


Mas enquanto nenhum veículo extraterrestre chega à cidade, uma nave em forma de disco voador, feita com chapas de aço, é a diversão das crianças, que podem entrar no aparelho e tirar fotos. O local é muito visitado por turistas de todo o país, atraídos pelo fascínio que os casos ufológicos da região – esses sim reais – causam. Varjão já foi rotulado de “louco”, “lunático”, “visionário” e até coisas mais pesadas, mas graças a excentricidade de sua idéia o ex-prefeito acabou por colocar a cidade no mapa. Convidado a participar de inúmeros programas de tevê, chamou a atenção da imprensa de todo o país e do exterior ao mostrar a rica casuística que envolve toda a região.

(                                                                       ( Discoporto)


                                                                        ( Discoporto)

  (Autor da materia no Discoporto em Barra do Garças)



Barra do Garças ficou internacionalmente conhecida pela original idéia de abrigar um aeroporto para disco voadores, que tempos depois seria imitado por outros prefeitos e outros países. Embora ressentido com as gozações que enfrentou, razão pela qual passou a ser mais cauteloso em relação ao polêmico projeto; Varjão alcançou seu objetivo. “A idéia não era exatamente atrair disco voadores para Barra do Garças, mas sim turistas, e assim usar o potencial que a cidade tem nessa área”, ressaltou o ex-prefeito, num de seus desabafos.


Fato ou imaginação, são poucos os moradores que não tem uma boa história para contar sobre luzes que brilham e se movimentam em meio à escuridão dos céus da cidade e seus morros. Além de aparições fantasmagóricas e experiências fora do corpo quando estão próximo a Serra do Roncador, o que suscita a potencialidade não somente ufológica do local, mas também na área da paranormalidade.


Coincidência – É importante ressaltar que, tempos atrás, fatos inusitados aconteceram entre dois pontos de maior incidência ufológica de Mato Grosso, firmando ainda mais a alegação de que UFOs freqüentam o Estado. Um deu-se entre a Chapada dos Guimarães e a Serra do Roncador, justamente na já referida Serra Azul, numa área localizada no município de Nova Brasilândia, a 260 km de Cuiabá. Em 1º de junho de 1997, uma bola de fogo veio do espaço e espatifou-se no solo, emitindo um enorme estrondo que foi ouvido a mais de 150 km.


Sua iluminação era tamanha que a noite virou dia por pelo menos um minuto. Incrivelmente, a partir daquele dia, a cidade passou a atrair uma repentina fama, tendo a imprensa invadido o município em busca de maiores informações sobre o fato. Infelizmente, as intensas buscas realizadas pela equipe de investigadores de campo da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP) e integrantes de vários veículos de comunicação, tanto por ar como por terra, resultaram infrutíferas. O que restou foi mais um mistério para um longo rosário de enigmas que Mato Grosso já acumula.


Autor:
Ataíde Ferreira da Silva Neto, psicólogo, estudioso da Parapsicologia, presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP), consultor empresarial (RH), consultor da Revista UFO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário